Pelas rías de Vigo ouço alguém cantar
Os choros tristes da bela e formosa
Galega, que fitando o além-mar,
O vento suave aguarda ansiosa.
Espera o beijo imigrante, que, ao viajar
Pelas ondas da fatiga e vagas tempestuosas,
Traz o consolo de quem distante está
Da filha da Galícia, forte e venturosa.
E muitos beijos ainda vem assim,
Com o gosto amargo da saudade
De quem partiu, quiça, para não voltar.
E deixando para traz enxada ou espada,
O imigrante ergue com sobriedade
O orgulho para quem ficou no velho lar.
|