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Poesias-->Deve ser Fado, confesso! -- 04/09/2003 - 16:16 (MARIA PETRONILHO) |
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Imatura é a criança
Que amando se dá inteira
Os braços estende à espera
Do colo que quem... conheça
No fundo da alma pura!
Criança é ser-se pequena
Contendo toda a grandeza
Inteira... mas imatura.
Que pena que amadureça
Tornando-se fria e dura
Tornando-se opaca e escura
Sua límpida natureza!
Assim serei eu, portuguesa
Com a velhice que circula
Em minhas veias antigas
Feitas de tanta mistura!
De línguas entrelaçadas
De ruelas estreitinhas
De velas azuis e brancas
De receitas tão só minhas
Que fazem de pão e ervas
O aroma das cozinhas
O deslumbre das papilas!
Tendo nascido num porto
Dos mais antigos do mundo
Todas as línguas entendo
Meu coração é um barco
E tenho as asas que sonho!
Vive a saudade comigo,
Como se de tão remoto
Fosse meu ser viajado
Eu, sem sair no meu canto
Por ironia me sinto
Em casa, em todo o lado!
Lisboa, 4/9/2003
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