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Poesias-->Dedo de Agulha -- 01/09/2003 - 08:46 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Hoje, vou andar à cavalo,

passear na lenta charrete,

vou bordejar a saia da avó,

e me precaver do vizinho.



Hoje é dia dos poucos.



Quem me cansa

é quem bordeja,

quem me faina,

são os prédios sem rosto,

o cimento calado

e as pedras de ponta.



Mas veja!



Se hoje sou dedo

de agulha, devo a

ela tal zona,

devo a ela

este azedo.



De uma hora, por hora

ela achou outro

reino.Outro acerbo!



E todo dia de perdão,

ela senta no patamar

do colo do falso rei,

e de lá clama,

um adeus avulso,

contra minha

lágrima partida!
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