Pai! Quero teu colo, teu abraço...
Pai! Hoje é teu dia mas preciso de você.
Estou saudosa da vida de criança,
quando não havia nada a fazer.
Quero sentir a tua mão,
Guiando-me pela vida a fora,
Sem nada a temer, nem tremer.
Quero voltar a sentir os teus cuidados,
Quando me cobrias nas noites frias.
Saber da tua compleição é aconchegante.
Pai! Sinto-me só, mas nesse instante
Desejo viver para mim mesma.
Sinto a tua mão a guiar-me,
Mesmo que no imaginário o seja.
Meu coração romântico suaviza essa expiação.
Merda! Por que tanto sofrer?
Hoje, será que a humanidade não
Consegue mais viver em harmonia?
Será pai? Ensina-me um pouco mais.
Sabe pai, fiz muito barulho do meu amor.
Anunciei aos quatros ventos,
Mas hoje permanecerei em silêncio,
Mesmo que absolutamente consciente desse amor,
Não mais farei movimento - tristeza infinita.
Serei um simples vaso.;
Não sei se com flores ou vazio.
Pai! Será que falhei no que fui?
Será que viajei na ilusão e me perdi?
Será que amei demais e fui inútil?
Pai! Meu coração que tanto amou,
Hoje é um simples deserto.
Ou será que é um simples vaso sem flores?
Não desejo mais ser uma simples coisa.
A vida passa, o vento leva e,
Levou o meu amor - Inquietação.
Vou passar mais uma noite em claro
Vendo o sol apontar e os meus olhos
Sem brilhos, eles hão de estar.
Cansados em lágrimas na pauta da canção.
Será que tudo são deveres, complexidade da vida?
Pai! Dá-me a tua mão e ensina-me outra vez a caminhar.
Desaprendi tudo, preciso de você.
|