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Poesias-->A Fuga de Al Mhada -- 16/08/2003 - 04:05 (MARIA PETRONILHO) |
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A Fuga de Al Mhada
visto um chaador cor de rosa
monto um camelo dourado
que enterra as roxas patas
no longo deserto vermelho
ao lado de onde navego
afundou-se um petroleiro.
vou ao palácio do sol
ao reino preciso do sonho
sei-me fugia de harém
liberta dos altos muros da tristeza
neste solo de fala arábica
os viris eunucos continuam à procura
passam e olham-me de viés
como se outora me tivessem
retido os passos, os suspiros
dentro dos muros caiados
com fontes sempre em pranto
e roseiras desperdiçando aromas
nas noite em que o meu senhor
preferia empanzinar-se de outras carnes
e dormitar acocorado
sobre os cachimbos de ópio
fui surda aos murmúrios ditos
de boca a orelha
às entrelinhas passadas entre olhos
sublinhados de cohol negro
olhares oblíquos à que se atrevia
a raspar as unhas perfeitas em sangrentos riscos
no eriçado de conchas marinhas
para romper o cerco e sumir
na distância conquistada.
12/12/2002
Almada Portugal |
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