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Poesias-->REFÚGIO -- 24/09/2000 - 02:06 (Rosângela Soares de Sousa) |
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Escrevo no mar indefinido
num ponto qualquer da treva.
Olhando ao longe a cidade encantada
que morre um pouco mais a cada dia.
E suas luzes brilhantes
perdem-se na distância.
Nesta noite que vem do mar
minha esperança clandestina
poderá encontrar um caminho.
E meu coração não tem que continuar sendo
apenas este sopro incerto.
Um vento me envolverá
numa paz infinitamente longa
parindo a liberdade
farfalhando idéias sobre o mundo.
Não vou fazer planos
a beber como um trago ardente
onde antes não tinha nada.
Estou aqui apenas a escrever meus versos
nascidos da paz e da guerra.
Versos que levantam trincheiras invulneráveis
que por trás do terror me acena.
Hei de escrever muito mais, naturalmente,
até que inacreditavelmente se torne real
para vestir o corpo nu
e alimentar o coração ferido.
Outubro, 18, 1994.
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