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Poesias-->na fila do banco -- 03/08/2003 - 23:57 (maria da graça ferraz) |
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Na fila do banco
gracia scripto
E eles - anônimos,
correntistas,elos, aros,eles, elas,
autômatos do cinturão
do capitalismo
Em fila!
Desconhecidos!
Bocas costuradas
Na marcha. À postos!
como bois civilizados
no matadouro
Olhar esvaziado
Bonecos de biscoitos
Porém o grito
de cada um deles,
precioso, único,guardado,
chocava-se com o grito
do outro, ao lado
Não falavam
Não precisavam disto
Entendiam-se
Andava a fila do banco
Grito contra grito
Homem atrás de homem
O longo cordão
Eram poetas, de várias mãos,
mas não sabiam disto
Nada escreviam!
Exceto o título
mastigado, doído, irreversível
"GRITO"
Aqueles gritos mesmos
Poema único que a História
edita em capítulos
Opressores e oprimidos
Até quando,
até quando,
isto?
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