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Poesias-->A Caneta -- 22/07/2003 - 18:19 (Lucas Tenório) |
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Com a cantada que ela me deu
Eu vi Teseu tourear o o boi-bumbá.
E vi Netuno engasgado em um anzol
De um Titã que Hobbes domesticava.
Com a caneta que ela me deu eu fiz brilhar
O lusco-fusco das asas de Ícaro
e o aterrissei
no Santos Dumont.
Furei a pêra de um banquete na Macedônia
Sentenciei a vitória de Alexandre sobre Átila
diplomaticamente.
Com a caneta que ela me deu compus amônia
e rememorei Parmênides, Heráclito, Anaximandro,
Bob Marley e Marx.
Risquei nos meandros das efemérides ocidentais:
O Gênesis, O Renascimento, as Cinco Revoluções,
O Carnaval e a Era de Aquário.
Com a caneta Sheaffer que ela me deu, senti-me
o tal: um antiquário.
Nietzsche, Hegel, Spinoza, Sartre,
Borges, Neruda, Cortázar e Amaral.
Ah! Assinei meu nome com a caneta dela e
recolhi-me nos cacófatos ingênuos para dizer
Amo-te como amo a cidadela de onde venho.
Amo-te mais, porque ela tem uma legião de paladinos
e eu tenho o meu tinteiro de aprendiz
ancorado em teu ventre feminino.
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