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Poesias-->Os versos tristes que ainda existem em mim. -- 19/07/2003 - 10:57 (paulo izael) |
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OS VERSOS TRISTES QUE AINDA EXISTEM EM MIM.
Já decorridos tantos anos,
Às vezes cutuco-me curioso.
Buscando respostas nas juras de amor.
Onde estão os amores,
Cantados em prosa dolorida
Por quase toda minha vida?
Meu passado é quase nulo.
As lembranças já não afloram,
Nem reluzem os bons momentos.
A tua imagem virou miragem.
Todas as visões não passam de vultos.
Você não permitiu jamais
Que eu entrasse em tua vida,
Queria mudar o teu rumo.
Desiludi-me diante de tantas ingratidões
Patrocinadas pela ganância atrelada ao ódio.
O que ainda teima em ressurgir
Vez por outra, em raros momentos,
São os versos tristes que ainda existem em mim.
Decerto, a vida é sempre encurtada
Quando levada com muita pressa
Por sinuosos descaminhos lúgubres.
A inspiração na mais atina prazerosa.
Falta-me o lirismo do doce amanhecer,
Que sempre trazia você, sorridente,
Tatuada no meu enamorado coração,
Certificando a credulidade do amor verdadeiro.
Juntando todo o arsenal poético,
Concluo que nada significativo restou.
Fez-se silêncio em minha poesia.
Tornei-me mudo em rotineiras confidências.
Calo-me sem ressentimentos nem saudades.
Sinto quedar-me num rancor incontido
Onde tudo se resume num vazio tedioso.
É como ouvir um pássaro solitário
Repetir centenas de vezes a mesma nota maçante
E sempre acharmos que o próximo trinado
Será ainda mais tétrico e envolto
Por masoquismo copioso que me domina a cada dia,
Com voraz voluptuosidade alarmante.;
Impondo a mim, a devassa num desandar exagerado.
Enojei-me da falsidade vendida em falsos beijos,
Cansei-me de seus batons baratos e falsos uísques.
Vez por outra ainda surpreendo-me em relembrar
Fagulhas do nosso amor intransigente,
Onde o descontentamento era aclamado como tributo.
Um dia talvez, como sede de um abraço,
Ainda tentarei retratar os sentimentos remanescentes,
A não ser que me seja privado o talento
Para fotografar o prazer oculto descrito em solitárias linhas,
Expondo o amor verdadeiro, sem polimentos,
Nos versos tristes que ainda existem em mim.
Resignado com os descasos impostos pela vida,
Deste cenário logo me retiro, sem mesmo saber de onde veio o tiro.
Até quando o talento pode perdurar sem repetir-se?
Poderia existir o novo, não tendo o antigo como guia?
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