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Poesias-->Tremando -- 09/07/2003 - 15:29 (Fabricio Alves Reis) |
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Estava a caminhar
não muito quanto a ferrovia
que me fugia de ininterrupta
enquanto buscava ultimamente
um contrato qualquer com os bichos e com as plantas
ou co’a sombra de mulher
que se projetava a mim em fantasias tantas
pro sonho abrupto do trem.
Ali, havia tempos,
tava um pino quase fora do lugar
bem como ali, a vi outrora
leve trilha a me descarrilar.
E agora lembro de qual fora a pedra:
a dor que se interpôs a me cumprimentar
embora fosse dia
e não fosse noite
nem branca, nem fria ela me disse:
- Serei a única deste teu novo caminho?
Um silêncio tão baixinho tentou-me os tímpanos insanos
e um burrico atravessava
por engano da fome
os trilhos que só tinham fome
do homem que ali não mais operava
Era o trilho, era o trem!
Era a trava que não tava
na entrada da madeira!
Eram todas essas letras
que partiam nos vagões do meu querer!
Era eu e era você, ó sombra viva!
E era agora! Era à Vera!
Era a hora e digo a ela pra conter o meu prazer
e vir a ser a flor singela...
Mas ainda ela não era
pois o trem não era dela,
ele acordava cedo e não dormira em casa hoje.
Eu bem sabia que a poesia
não contem, nem tem com a pressa
E percebi então, contudo,
que não há nenhum segundo
em qu’ela não me dê
um abraço fundo e apertado!
Aperto o passo! Aparto o peço!
A passo largo, eu perto de parti pra ti
corri, deveras, um...
correra dois...
correra três dias para o trem e descobri,
por fim: ninguém
no mundo o tem
enormemente tanto
quanto quando dormem todos na sua estrada.
Era a estada encaminhada nessa entrada,
cujo trem na marcha vem pra nos atar
além do além!
Além!!!
Fabrício Alves Reis,
Junho – Julho de 2003.
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