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Poesias-->Vultos -- 04/07/2003 - 19:39 (paulo izael) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Vultos.







Por entre as sombras,

Esgueirando-se furtivamente,

Algo se arrastava velozmente.

Um vulto encorpado

Surgiu misteriosamente.

Perplexo, vi-me encurralado.

Vi uma afiada foice reluzir.

Tentei gritar, espernear, em vão.

Algo interceptava meus movimentos.

Ao mesmo tempo, com violência,

Sufocava-me, subtraindo minha voz.

O primeiro golpe gelou-me.

Vi minha cabeça rolar decepada,

Acompanhada pelo jorro do sangue.

Depois, criaturas mefistofélicas

Alimentaram-se de meu corpo.

Urrei ao sentir os vorazes dentes pontiagudos

Adentrarem-se sem piedade.

Meu coração ainda teimava

Em pulsar com intermitências.

Decidi voltar à vida,

Era uma questão de palavra.

Pude ouvir uma enorme explosão.

O cheiro forte de enxofre

Tomou conta do degradante cenário.

Gritos de misericórdia ecoavam.

Os vultos contorciam-me em desespero.

Meu olhar era calmo e fixo.

Quando acordei, segurava um crucifixo.







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