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Poesias-->Aos Iraquianos -- 29/06/2003 - 11:59 (Eduardo Borges Oliveira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Aos Iraquianos







O IMPÉRIO

pede vidas na ponta



da arma que caijuntoaoscorpos,na areia quentedodeserto,noorientemédio,desconhecidos,numerados,classificadosfilhosde A L Á.





O avião sobrevoa a terra seca e rachada –

pretende dizer que nada existe ali - como se fosse um dia realmente lindo de sol, longe do medo. Homens e mulheres são formigas, que costumamos matar com inseticida.



Entretanto, não há flores no caminho, nem paisagens exuberantes: somente pessoas e chão de pedra.



Não parece um monomotor, este metal encarnado, de áurea negra.

Não parecemos homens ao pensarmos nesta guerra.



Como sempre muitos de nós

ficarão em casa, e de longe

ouvir-se-ão gritos de alerta.

Como muitos assistirei da

televisão às estatísticas.



03.03.03

Eduardo Borges

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