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| Poesias-->às seis e meia -- 24/06/2003 - 22:29 (maria da graça ferraz) |
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Às seis e meia
gracia scripto
No escuro do meu quarto
a luz vacila sua meia parte,
e na outra, treme a sombra
Entre estas fronteiras, caminho
entre o real e o sonho,
como um fogo que crepita
Entre meus seios, o segredo
que nenhuma gaveta decifra
Entre meus seios, o centro do abismo,
o coração do mundo, a vela acesa
de um barco de madeira,
um oceano desconhecido
E meus mamilos,
quais dois olhos castanhos
de um triste timoneiro,
brincam no balanço do tempo
e te procuram e te apanham
Hoje, um beijaflor
vai provar o leite
Um lábio vai arder
Unhas dos dedos
serão escamas de peixe
Beleza miserável é o sonho
Desfaz-se rápido
para começar tudo
amanhã outra vez
do mesmo jeito matemático:
entre meus seios
às seis e meia
no meio do um quarto |
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