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Poesias-->Tentando achar-me ! -- 24/06/2003 - 12:26 (paulo izael) |
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Tentando achar-me
Cansado de suplicar alguma atenção,
Conclui pesaroso estagnar meu querer.
Decidi abortar o último esforço,
Não tencionava incorrer em novo baque.
Não insistir na avareza, era um avanço.;
Que consistia em repelir sofrimentos.
Seria em vão alimentar tão caro desejo,
Era uma ilusão meu segmento doentio.
Aquele relacionamento pegajoso e suicida,
Transportava-me cada vez mais ao lamaçal
Onde um torpor inerte decretava minha ruína.
A mente que estava corroída por seqüelas,
Ao mesmo tempo expunha profundas marcas
Infectadas por depressões abrasadoras,
Com intermitências incomodativas da traição.
Todo o glamour que permeava o passado
Estava sucumbido para sempre,
Num paradoxo intrincado e retroativo.
Eu já não tinha origem nem elementos constitutivos
Aquele amor repudiou minha sensibilidade,
Deixando fragmentos de uma vida desmantelada.
Sinto-me acrescido de um ceticismo grandioso,
Com abrangência comprometedora e mensurável.
Vivo martirizando-me sem um propósito
Pré-definido de vida regular.
Meu livro de vida, compendia páginas
Onde o apego é esquecido e descartável.
Capítulos obscuros e sinuosos contrapõem-se
Para ensinar-me a ser só, solitário e cáustico.
Anulei-me frente a novas investidas do amor.
O tédio ensinou-me que todo relacionamento
É perplexo, rodeado por utopias infindas.
Meu esboço de alegria é ocasional e fortuito.
Ainda assim, concernente à lembrança,
Lembro dos beijos que não lhe dei,
Dos segredos que te contei.;
Do ultimo olhar solto no ar.
Ganhei a noite, tentando extravasar a dor.
Sempre vertendo anseios utópicos,
Enveredei por caminhos sinistros.
Efêmeros flertes adicionam tristeza.
Reparei o comércio da falsa beleza,
Com suas bocas vermelhas disponíveis.
Não observei encanto na lua desbotada.
Uma gota atrevida de chuva tocou meus lábios.
Minha saliva era o próprio fel do calvário.
Recebi um falso abraço convidativo.
Descartei a possibilidade da abordagem.
Adormeci e vislumbrei num maldito sonho,
A perspectiva de uma manhã de primavera.
Despertei num cubículo asqueroso.
Mais uma noite errante e maçante,
Ao lado de alguém sem rosto, sem nome.
Os primeiros raios solares beijaram minha face.
Horríveis pássaros sobrevoavam a cidade,
Impregnando o solo com seus dejetos cancerígenos.
Reticente quanto a minha existência,
Talvez eu ainda esteja lá, empalidecido,
Dando milho aos pardais,tentando achar-me.
* * *
Veja foto e outras obras do autor:
http://www.lunaeamigos.com.br/paulo/paulo.htm
http://geocities.yahoo.com.br/jerusalem_13/pauloizael.html
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