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Poesias-->A verdade -- 15/06/2003 - 13:54 (Fabricio Alves Reis) |
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Se é verdade que a verdade sumiu
É verdade que ninguém mais a viu.
Mas se é verdade que a verdade existiu
É bem verdade que ninguém assistiu
À morte vil da viril verdade.
É verdade!
Pois a verdade sempre se abriu como flor,
Como ares de abril
E amanheceu maio na mão da mãe do poeta
A verdade é sempre uma meta
E de repente é uma seta,
Uma flecha que injeta no peito,
Virtude ou defeito, três fontes do saber:
A dor de amar, o devaneio do prazer
E a morte do viver.
É verdade!
É bem verdade que a verdade há de nos matar
E antes, hoje a verdade é lasca
Que nos fere o calcanhar.
A verdade que então temos pra perder
São os segundos que cansamos pra contar.
Ó verdade! Que tu és?
A mulher perfeita que enjoamos ao tocar?
O beco cuja saída é simplesmente dá pra trás?
Aquele vidro blindado, estilhaçado
Ao lado da mais frágil voz barítona?
Serás a sílaba última e vítima da derradeira crítica?
Ó verdade! Que tu és?
Eis que é verdade
Que a verdade se anuncia inquilina
Ela se veste de menina
E por ela todo olho se fascina como as mãos
Ante ao tesouro.
É verdade que a verdade paga um pato
Faz um estrago e traga o trato de sua estada:
Onde quer que pare, o resto gira,
Onde quer que ande, o resto pára.
Ó verdade! Tu que és!
Pois teu passo ultrapassa o pode ser passado,
Teu canto vai da lira ao sintetizador,
Tua graça passeia pela vida,
Teu corpo inflama a volúpia dos sábios
E teu sopro afasta a estupidez, como nuvens
Nos lábios do vento.
Ó verdade! Tu és quê!
És tu qu’em meu destino és uma estrada,
Larga, infinita, arada neste chão.
Nesta estrada, onde caminhas, nua,
Eu sou tua terra num torrão.
Fabricio Alves Reis,2001 - 2003,
Poeta e estudante de História da UEFS
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