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Poesias-->Soneto às mãos -- 09/06/2003 - 14:52 (Marcos Allan Ferreira Gonçalves) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Espalmadas mão,

Estranha obsessão...

Uma prece e um suplicio,

A fadiga é o fim.

Calejadas mãos,

Em bênçãos hostis...

Vícios em promessas,

É a cortina que cai...

Desesperadas mãos,

O tato e o nada...

Fragmentos do passado,

É a vida cobrando seu preço.

Paralizadas mãos,

Ardor e cansaço...

Não manda seu recado,

Só um incrédulo afago.

Amargas mãos,

Um cálice vazio...

Um brilho fugidio...

E o sangue desce à torrente.

Abandonadas mãos,

E dois corpos num abraço...

Transbordam no espaço,

Esvaindo no vital hálito.

Embriagadas mãos,

Um toque gélido...

Perdidas e tão sós,

Espalmadas,

Calejadas,

Desesperadas,

Paralizadas,

Amargas,

Abandonadas e embriagadas mãos...
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