Espalmadas mão,
Estranha obsessão...
Uma prece e um suplicio,
A fadiga é o fim.
Calejadas mãos,
Em bênçãos hostis...
Vícios em promessas,
É a cortina que cai...
Desesperadas mãos,
O tato e o nada...
Fragmentos do passado,
É a vida cobrando seu preço.
Paralizadas mãos,
Ardor e cansaço...
Não manda seu recado,
Só um incrédulo afago.
Amargas mãos,
Um cálice vazio...
Um brilho fugidio...
E o sangue desce à torrente.
Abandonadas mãos,
E dois corpos num abraço...
Transbordam no espaço,
Esvaindo no vital hálito.
Embriagadas mãos,
Um toque gélido...
Perdidas e tão sós,
Espalmadas,
Calejadas,
Desesperadas,
Paralizadas,
Amargas,
Abandonadas e embriagadas mãos... |