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Poesias-->A Condenação do Poeta -- 06/06/2003 - 11:31 (Lucas Tenório) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
(A Rita, com um beijo)



A Condenação do Poeta - Lucas Tenório



Senhora poeta

eu sou-te o juiz

não canto agonias

não sei o que diz



Senhora poeta,

eu sou veredicto.

Não te tenho escrito,

não sou-te infeliz.



Senhora poeta,

de vida alfabeta,

um lápis nas rugas,

marca, cicatriz?



Senhora poeta

a casa monetária

empenou com a queda,

uma avaria vária...



Senhora poeta,

por isto pintaste

tua nota de encanto

na face escarlate?



Senhora poeta

não te dou azul

preferes desterro

no norte ou no sul?



Senhora poeta,

que cilada a alguém

apanhaste na quadra

que preparaste tão bem



Senhora poeta,

varões os cobardes

Se assim teus Titãs

te inscrevem na testa?



Senhora poeta,

falaste em maçãs,

em parques de infantes

de elefantes falantes



Senhora poeta,

sem nem cerimônia

acordaste da insônia

uma porção de amanhãs



Senhora poeta

que passos tão largos

ajuizaste dar

nesses doidos embargos



Senhora poeta:

garganta gangorra

corrente masmorra

papel e caneta.





em resposta ao poema





A Defesa do Poeta - Natália Correia



Senhores juízes sou um poeta

um multipétalo uivo um defeito

e ando com uma camisa de vento

ao contrário do esqueleto.



Sou um vestíbulo do impossível um lápis

de armazenado espanto e por fim

com a paciência dos versos

espero viver dentro de mim.



Sou em código o azul de todos

(curtido couro de cicatrizes)

uma avaria cantante

na maquineta dos felizes.



Senhores banqueiros sois a cidade

o vosso enfarte serei

não há cidade sem o parque

do sono que vos roubei.



Senhores professores que pusestes

a prémio minha rara edição

de raptar-me em crianças que salvo

do incêndio da vossa lição.



Senhores tiranos que do baralho

de em pó volverdes sois os reis

sou um poeta jogo-me aos dados

ganho as paisagens que não vereis.



Senhores heróis até aos dentes

puro exercício de ninguém

minha cobardia é esperar-vos

umas estrofes mais além.



Senhores três quatro cinco e sete

que medo vos pôs por ordem?

que pavor fechou o leque

da vossa diferença enquanto homem?



Senhores juízes que não molhais

a pena na tinta da natureza

não apedrejeis meu pássaro

sem que ele cante minha defesa.



Sou um instantâneo das coisas

apanhadas em delito de paixão

a raiz quadrada da flor

que espalmais em apertos de mão.



Sou uma impudência a mesa posta

de um verso onde o possa escrever.

Ó subalimentados do sonho!

a poesia é para comer.





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