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Poesias-->Bafos de bílis -- 04/06/2003 - 10:14 (Raul Pinto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Bafos de bílis(*)



Evoé! Evola-se a escumalha

ao tom de chopes em escumas!...

Ao glúteo jeans da garçonete

a hoste freme e se esbugalha...

Oh buzanfãs de porcelana!...



Eis que bufando qual ginete,

hepatorréico, um dos siameses,

no seu supino gabinete,

no décimo de cada mês,

maltrata o mísero credor:

como se coisa mal de olor

fosse a duplicata aferida!



Esnoba o régio papiro

(tredo!) em código escrito.

E desembuça o vil sugiro,

alta voz, berro e a grito:

sirva-se dele na latrina,

pois mais que bosta com urina

este papel não tem valor!



Ei-lo a encenar justo ao pequeno,

gentalha inútil que atrapalha!

Mas a raposa, boa de faro,

alhos não troca por bugalhos:

se o apessoado co’o papiro,

gordo credor, discreto encara...

Sucos... Café serve à propina!...



De outra parte, e enquanto isso,

na escuridão de seu berô,

cose, soturno, os compromissos

o velho bufo, que horror

tem demonstrado de a público

dar a seus atos qualquer causa!



De mansa fala (ao chefe, o gênio!),

da firme trinca é o feitor:

recebe, todo o mês, metal

farto... E, com tanto oxigênio,

com o trejeito alerquinal,

sacia o furor da plutocracia

com suculentas iguarias!...



Por indignar, os por quês:

— Puta que o pariu! —

Será que ninguém viu?...

E tu, Gedeão¹, nada vês?!...









(*) Posto na aridez do papel, em junho de 2000,

sob terrível impacto emocional, em momentos

de embate infinitamente desigual travado

com forças espectrais alojadas nos porões

do poder de quem gozavam de indiscutível distinção.

¹ Juiz de Israel (séc. XII e XI a.C.).



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