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Poesias-->Trilogia do Exílio -- 25/05/2003 - 03:21 (José Ricardo da Hora Vidal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"Close to home – I cannot say

Close to home – Felling so far and away"

Evening Falls – Lyric by Roma Ryan and Melody by Enya.



1 – Do Exílio no Ponto



23h38 Salvador, 03 de agosto de 1999



Longe de casa e do afeto, em bárbara terra,

O vate lê suas cartas.

Criador e criatura, não mais o destino

Deu-lhe os antigos louros.



Se antes ele fantasiavas loucos amores

Licenciosos de heroínas

Das antigas fábulas, hoje canta o amargor

E a tristeza da Solidão.



Ponto – Limite do eterno e soberbo império

Com o fim do mundo,

Dorme o poeta longe da fama antiga

E dos velhos amigos.



Ponto – Distante da cidade das sete

Sagradas colinas,

Dorme agora o nosso caro poeta

Pelo augusto decreto.



Qual crime, qual falta cometeste, caro poeta,

Qual o porquê deste vil exílio?

Que fizeste para que todo o ódio imperial

Caísse sobre teus ombros?



"Perdiderent cum me duo crimina: carmem et error"

E segue o mortal silêncio…

Comprometeria tua honra e tua glória

Revelar a razão deste decreto?



Ah! Tu que ensinaste a juventude

A ciência do amor,

O segredo para encantar as donzelas

E as impudicas cartas,



Tu que imortalizaste os memoráveis

Feitos da mitologia

E cantaste as festas e solenidades

De teus concidadãos,



Tens a teu lado tua lira e teu gênio

Para fazer da solidão

E da saudade de teus entes queridos

O fecho d oiro para posteridade.



2 – Do Exílio em Moçambique



01h20 Salvador, 12 de agosto de 2002



O mar em frente está calmo,

Mas em meu coração impera a tormenta.

Meus olhos banham em lágrimas

A saudade de minhas penhas queridas.



Ainda ontem fui juiz em Minas,

Fui poeta, e poeta, fui rei e pastor.

E como pastor, sonhei a felicidade

Ao lado de minha amada Marília.



Todavia, sonhei também com a liberdade!

Sonhei uma Vila Rica iluminada e iluminista,

Sonhei um futuro republicano e liberal,

Sonhei com um Brasil no século das luzes.



E por ter sonhado alto e livre,

Perdi a magistratura e a liberdade,

Perdi a estima da rainha e o lar,

Perdi para sempre o olhar de Marília.



E assim, no porto distante de Moçambique,

Vivendo minha nova vida de degradado,

Não deixa de nascer uma lágrima solitária,

Toda vez que, sozinho, contemplo a Cruz do Sul…



3 – Do Exílio em Santa Helena



Salvador, 12 de agosto de 2002



Do alto do penhasco, o mar era a última

muralha e as ondas, derradeiros grilhões

a prender o Titã do século das luzes.

A Águia ferida em Waterloo estava só.



Soldado que cingiu o louro imperial,

Tormenta de cetros e coroas seculares,

Sabia que Elba era pequena demais

para quem estava destinado ao Porvir.



Cem dias – sua sombra dominou a Europa.

Cem dias – separavam Elba de Santa Helena.

E a águia partiu para o exílio em África…



E debaixo do salgueiro, dorme sua sombra

Avassaladora, sombra do gigante corso

Que conquistou, para sempre, Eternidade…
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