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Poesias-->A CASA -- 13/04/2003 - 02:24 (JOSE GERALDO MOREIRA) |
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A CASA
De sobre o promontório
a casa é minúscula
liliputiana
À medida em que me aproximo
percebo a amplidão do sítio
a fortaleza das colunas
a firmeza da amarração
o esmero no acabamento
o conforto da varanda.
Circundo a construção, admirado.
A mão, nada subalterna
torce a maçaneta azinhavrada.
A luz do dia fulgura nos cômodos
vazios, enche as paredes nuas.
dentro da obra inacabada, assusta-me
a pequenez do arquiteto
que abusou de excesso de ciência
para estilizar o que é rude
como soe a toda harmonia.
Algumas portas não se abrem
atiçando o rubor da curiosidade
até que se a molde em conformismo
muito embora possa-se tentar adivinhações
baseado no conjunto já visto
da obra por terminar.
Tento definir o que vejo
mas todas as palavras são vazias.
Inúteis as canetas.
Como se fora sufocar-me
ao ouvir a flauta de Pan
desando a descerrar janelas possíveis
escancarar as portas que m as permitem.
Desabalo pelo corredor
até alcançar o alpendre
onde desmonto, calado e imóvel.
Aboleto-me ao sol retirante
aninhando-me no aconchego
de um coração desencantado.
Na modorra, no vazio inutil
dos gestos e palavras
apenas contemplo, sem músculos
o que construí de mim
enquanto desvendo outras casas
que vão surgindo ao longo
com outros eus a desmontar nas sacadas.
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