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Poesias-->Correndo ao longo do orvalho -- 09/04/2003 - 09:55 (joão manuel vilela rasteiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Continua a existir um homem que corre

e se interroga ao longo do orvalho.

Corre com os pés nas manhãs

como alguém de quem é corpo

de rosas e tamaras que se distendem

no brilho do orvalho, da terra, do corpo

da terra.

Não é a morte que a flecha procura.

É perfeito o movimento entre arco e flecha

invisível

à face da luz dos mortos ou da luz dos vivos.

E há menos tempo que lugar.

Sempre pelo orvalho correndo

o suor no corpo, sob o sol da manhã

rompendo o coração de muitas palavras inteiras.



*



São feitas de morte as palavras da vida

que os dedos em fogo ateiam

sobre o orvalho,

o saber da língua invadindo o corpo inteiro

pé ante pé, subindo escadas e batendo à porta

na Primavera e no Inverno.

Como o corpo da terra abandonando-se

sob o pôr-de-sol

aos infinitos da carne e dos seios da água

loucos desvaneios como girassóis.

A seguir à noite fechada

a manhã aberta no orvalho brilhante

que renasce

entre o nó da vida e o nó da morte.



*



E todos os corpos em suas diferentes naturezas

de movimento

onde distantes e doces paralelos se fundem

num mesmo ritmo geral e profundo.

Como as aves voltando a casa ao fim da tarde

no meio de tantas palavras

sob tantas palavras com uma flecha de fantasia

exprimindo só Amor.

O Amor da agonia da carne e das palavras.

Que todos os corpos bebem, pela manhã, pelo orvalho dentro.

Sorrindo.



in, inédito - 2003
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