CAMÉLIA
Ah !...
Aquele beijo cálido a meia luz
Acordou minha alma,
semeou em meu peito
um pedaço presente de você,
Que nessa horas
serenas da madrugada,
da mesma em que trabalhas,
me fazem perder o juízo.;
Me fazem perder o sentido
e me deixam no canto
passar pela noite
como se fosse dia
Entorpecendo-me de fantasias
e perdendo - me no absurdo
dessa realidade urbana.
Ah saudade ...
Há quanto não sentia.;
agora que meu peito arde,
que minha alma envenena
Jura esse amor bandido,
agasalha-te quieta na velocidade do silêncio
a confidenciar-me à loucura.
Sem respostas a essa sina,
fecho os olhos na imensidão
escura e solitária do quarto, sussurro calado,
em gemidos mudos , como a versar o sofrer.;
a dor da paixão no seu ápice e sem cura.
Nessa idade, o calvário
seria mais apropriado,
ainda que a vida seja a
razão de outra.
Há nessa estrada pouca força
prá agüentar as verdade
já expostas em mentiras...
hálito constante
dessa selva de pedras .
Por isso, Camélia
deixe-me ir...
Não me sirva na vossa boca
o fel do veneno
que em meu peito ainda queima. Nem toques a face de meus pecados
Não quero saber teu nome.
Por favor, deixe – me ir.
Ir ao encontro do porto
das pedras que o mar sereno
teima em negar seu castigo.;
Que os ventos apaguem
dos meus olhos essa visão
de perigo.
Meu amor preciso partir,
nesse inverno, já me basta sofrer
pelo tempo que te sonhei !
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