LEGENDAS |
(
* )-
Texto com Registro de Direito Autoral ) |
(
! )-
Texto com Comentários |
| |
|
Poesias-->grito-às mães de soldados -- 18/03/2003 - 00:56 (maria da graça ferraz) |
|
|
| |
O grito
gracia plena
( em homenagem à todas as
mães do mundo que
assistem seus filhos partindo
para a guerra, na pessoa
de Dalva Agne Lynch)
Hoje, ouvi o grito.
Grito de mãe antes do filho
partir para a guerra
Grito que não me cabe!
Grito que nem a terra
dá conta de esconder o que sabe
Grito da caverna escura
Imenso! Profundo!
Grito que reverbera e ecoa.;
não sossega, não cura
Paira como brisa de mormaço-
pálido, seco, sem ameaça,
cheio de dor invisível
GRITO!
Porque todo homem
começa e termina neste grito!
Grito do ventre que
se rasga de sangue
Grito do coração que se esmaga
Grito que nunca se acaba o começo
Grito que não tem fundo
e guarda o segredo da gruta
Grito!
Ó mãe,trazes no teu sexo
a dor da fissura:
A outra boca : A muda
Boca que expulsa
Dúbia! Boca na qual
te usam e da qual
te exploram
E execram a outra:
A boca que regurgita
e devora
A que grita!
Hoje, ouvi um grito de mãe
Grito que ainda grita
E gritou antes de ser grito
E gritará depois de ser grito
Um grito doído e profundo
O mesmo grito de Deus
ao parir os mundos.
Mãe,enquanto houver amor,
haverá o teu grito!
Bendita sois,
não pelos olhos que silenciam,
não pelas mãos que pacificam,
mas por este teu GRITO!
Enquanto tu gritares, mãe,
estaremos a salvos!
Manteremo-nos vivos!
|
|