LEGENDAS |
(
* )-
Texto com Registro de Direito Autoral ) |
(
! )-
Texto com Comentários |
| |
|
Poesias-->ACALANTO -- 16/03/2003 - 10:32 (JOSE GERALDO MOREIRA) |
|
|
| |
ACALANTO
Queria te contar como é o lado de lá
o lado escuro da tua ausência
o amargo que me travava a língua, beberagem,
ao apenas pensar na tua imagem.
Queria te contar coisas que não acreditarás
que apenas viverão, ebulição, dentro de mim
e jamais serão traduzidas na pobreza do idioma
que todas as palavras já foram ditas
e nenhuma reduzirá a termo a tua falta.
Os dias assim passam em anos
as horas demoram a escoar pelo sol
atravessam a lua debruçam-se sobre meus ombros
e aguardam que se transforme em dor o tempo.
Pela minha falta de ti, imagino tua falta de mim
e sofro por pensar que sofres
essa angústia, ciclope de enorme,
que me devora, hora após hora, que se debruça
e de mim, de ti, sorri, como sorriem as distâncias
que afastam os que amam.
As noites em que fiquei à janela
imaginando, sonho de viúvo, a presença dela
são incontáveis: meu sono era turvo
prisioneiro sem cela
Quando te contar dessas coisas
Momentos em que mais vivi em ti
quando não a tinha perto de mim
decerto não derramarei lágrima
que dentro da saudade que me devorava
da distância que me torturava
muito mais a ti eu amava
de um amor que não se traduz em palavra.
Agora, quando passam ruas e árvores
na velocidade enorme da saudade
que me aproxima aos poucos dos teus braços
vou tendo a certeza de que estou voltando para casa.
|
|