Os olhos frios da Musa
De onde vens?
Acaso estão vivos os Contos de Fadas?
Já que nada me atesta loucura.
Da tua taça,
Beberei apenas o licor de tuas formas,
Inda assim,
Viveras em mim, imortal,
Como toda vida
Fecundada por Horácio.
Teus olhos,
Frios e doces olhos,
Se me viram,
Não me olharam,
Se me olharam,
Não me viram.
Passaram sim,
Por mim,
Em confusão,
Certo que Monet
Te despiria em luzes
Vi este teus doces lumes pálidos,
Vivos, ainda que frios,
Nas mãos do anjo distraído
Que perdeu seu punhado de estrelas.
Era sim, naquele instante mágico
Quem o poeta , sabendo virgem , viu vestida de mulher
Beijando o jasmim e se negando ser beijada.
Despediu-se sem sorrir,
Partiu sem acenos.
Vi apenas tuas mãos lânguidas,
Teus gestos suaves,
E tua silhueta franzina
Me falando de amor.
Guardei teu retrato nestas linhas.
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