NADA SENTIU
Se o Mar nada sentiu
ao receber o Rio.
O Rio ardeu ao se entregar ao Mar.
Se linfática a Lua a dourar as costas
da cidade ao receber a noite,
torpes trevas a banhar-se de luz e palidez.
Frágil, o Sol, ao apagar a tarde,
louco o beijo do Sol
ao se encontrar com o Mar.
Insano o poeta a reclamar sua Musa
Musa não responde
Parte sem viver, nem ver
O que eu disse ao Rio, a Lua,
Ao Sol e ao Mar.
|