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Poesias-->Rapsódia em Dor Maior -- 23/02/2003 - 15:34 (José Ricardo da Hora Vidal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
I

Era fogo. Sonho.

Um beijo ardendo forte

Em meu peito.

Ah, Elisabete. Quantas noites

A Lua deitava e o Sol dormia

Nos meus olhos em brasas . . .

E o azul vaporoso das aras?

Corais de uirapurus e sabiás,

Rouxinóis e canários . . .

Trovão tocava Mendelshon

Em teu celeste, mavioso órgão.

Vestias tu, Elisabete, nuvens

E fios de luares. Níveas cascatas um véu.

A primavera era tua grinalda.

Quão azul era minha felicidade!

Véus pubentes . . . Os vinhos rubros

Banhados de sinos chorosos . . .



Mas sonhos.; acordei.

O Azul escureceu-se em lágrimas.

As aras consumiu-se em sepulcros.

I no longer singer, I cry.

E só os olhos em brasas e úmidos,

Folhas soltas de versos borrados

Em Saudade e melancolia.

Teus beijos.; meus?

Sinos? Bem distante, à noite,

Em algum cemitério.



II

Meu leito. Teu corpo. Nunca.

Desilusão. Morta esperança.

Os versos de Camões à mesa

Recordam-te amargamente.



"Como pude ser tão covarde?!!?"



Desmoronaram-se os palácios.

Meu reino de Alexandre e Napoleão

Em cinzas nos desertos da cárdia.

Torres ebúrneos que, pensei (Meu erro)

Rapunzel de cabelos negros, encerrei-te.



"Como pude ser tão covarde?!!?"



Tu moravas em torres, em palácios,

Castelos de cartas que construi.

Ficavas no claustro deste mosteiro.

Quando livre, entretanto, deixei-te escapar

Como a juventude perdida.



"Como pude ser tão covarde?!!?"



A separação. A saudade.

Flechas negras no coração,

Grito afogado na serenidade.

. . . E Tu eras minha satisfação,

Sonho vermelho de felicidade. Mas



"Como pude ser tão covarde?!!?"



III

Tu eras fada, rosa. (Sol).

Eu sonhava estar junto de ti.

Ouvir a maciez do Arrebol

Enquanto doce dormias entre perfumes azuis.

Uma circunferência doirada no dedo . . .

Aras. Incenso. Véu. Luares. Nada.



IV

Pesadas neblinas pairavam nos sinos . . .

Brumas míticas faziam de ti, Onfale

Em Eurídice. E eu um triste Orfeu.

Onfale, minha Onfale - Era Eurídice eterna.

(Quanto invejo Adônis, Narciso, Endimião . . .

Não tiveram minhas agruras)





Beijos? Nunca! Never more . . .

Amarguras vindas de Piratininga.

Por que? Elisabete, por quê?

Por que fui tão covarde para dizer-te:

" Amo-te, minha flor, minha deusa!"

" I love you, my sweet lady!"

"Io te amo, bella signorina"

" Omni bahat bak, djohar!"

Yo te amo, amada chiquitita!"

"Je t’aime, fleurs de la croix!"



V



Teus olhos são pérolas doces ao luar

Que, olhando contra uma diáfana luz,

Loucuras de verão, triste dor a vogar

Doces sentimentos em mim, em mim produz.



Sei que não era por mim, poeta a sonhar

Por tesouro impossível, ouro que seduz,

Prata, ouro, meu coração a ti adorar,

A ti amar, amálgama de dor e de luz.



Não era por mim, Onfale, este olhar,

Era por outro, vil liliputiano,

A quem teus olhos loucos ficam a chorar.



Teu coração doce, doce tirano insano

Que me faz sorrir e sofrer por ti amar,

Só tinhas olhos para outro, Cristiano.





VI

Ah! Mas nenhuma ninfa aplacará

A dor que rompe no meu peito!

Não serão seios ou vulvas,

Prazeres ou vinhos que te substituirão!



……………………………………………………………………………



E a noite, quando a Lua, cansada,

Dormir e carregando teu rútilo séquito,

Sozinho em meu leito,

Meus olhos arderam sarças

E meu coração soluçará teu nome

(Elisabete, Elisabete, Bebeth, Bebete)

Soluçará até quando romper a última fibra…



(E no papiro, a lembrança de meu

Secreto amor resistirá ao tempo,

Conservando a dor de um solitário

apaixonado.)



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