Usina de Letras
Usina de Letras
24 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63470 )
Cartas ( 21356)
Contos (13307)
Cordel (10364)
Crônicas (22586)
Discursos (3250)
Ensaios - (10766)
Erótico (13602)
Frases (51970)
Humor (20212)
Infantil (5646)
Infanto Juvenil (5003)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141392)
Redação (3379)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2444)
Textos Jurídicos (1975)
Textos Religiosos/Sermões (6392)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->A ÂNSIA -- 23/02/2003 - 13:21 (JOSE GERALDO MOREIRA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Número do Registro de Direito Autoral:131232897437751900
Amo na distância um amor

que não será amado quando perto.

Ao alcance do tacto, do beijo,

esvanecer-se-á e será reles desejo

que pela manhã deixa cheio o cinzeiro.



Amo a distância que dele me separa

como o próprio amor que a ele dedico.

Muitos são os silencios em minha alma,

como são muitos os passos de toda uma vida.

Em todos esses silencios há o amor,

como o há nos passos.

Há amor nos tendões, nervos, ligamentos

sangue, pele, pelos, tudo é amor, posto

não haver pensamentos em quando atiro

a perna à frente, à frente, e nos silencios.



Se posso tocar o objeto do amor de que vale o amor?

Se posso dar fim à ânsia, de que vale o sacio?

-Ser apenas um corpo vazio a bocejar no escuro?



Ah!, como são reles os que se atiram a findar o amor

como se fosse ódio o que sentissem e fosse

amar estar vazio: Lata de atum no cesto da cozinha.



É preciso amar o amor como se fosse medo.

Evitar a satisfação.; ansiar e mais amar a ânsia

para evitar que se aproxime o corpo do vazio.



Quanto mais quero menos esqueço o desejo

e adoro o que amo.

Esvazio-me de mitos

quando amo e ando leve, atirando olhares

semprenovidades ao mundo que vejo.



Extensos são os desertos de minha alma,

com muitas construções a disfarçar o vazio.

Nesse deserto, quando chega a noite

e a lua plena, o vento traça figuras na areia.

Muitas são as figuras traçadas em meu coração.



Os sentidos são estúpidos. Estão exigindo,

tornando-me louco por visões, audições, gostos

que me esvaziem do amor que sinto.



Amo tudo o que está longe.

Se vejo pedras, sou pele.; se sou algas amo o deserto.

Amo a impossibilidade do amor

como amo o amor.

As coisas que vemos são puras coisas,

não possuem encanto.

Quanto maior o conhecimento dos símbolos,

menor a ânsia. Quanto mais conheço mais padeço

de desamor. Mais exijo conhecer para menos

me encantar ou procurando algo que não

entenda para a esse me entregar e amar.



Amo as crianças quando me perguntam

"o que é isso, aquilo?" e me detesto ao responder.

Quanto mais sei menos amo e busco, cocaína,

maiores quantidades de inusitados

para, enquanto não os entenda, amá-los.



Quanto mais conheço, compreendo, mais endureço

meu coração, minha lma e mais sofro.



Quanto mais entendo, mais disfarço os desertos

de minha alma, mais afugento o vento,

mais escorraço Deus de minhas dunas.



A cada dia mais vejo e menos percebo.

Em breve de tudo terei ciência e chegará a hora

em que o deserto será tão extenso e irreconhecível,

o frio tão intenso que o coração se negará

a continuar traçando figuras ao vento.



Quando chegar esse momento, terei medo

e não mais poderei amar o que desconheço.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui