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Poesias-->guardanapo -- 23/02/2003 - 00:01 (maria da graça ferraz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Guardanapo

gracias de lunna



A palavra

hesita

à beira da boca

como pé de bailarina

antes do primeiro salto

Em pânico,

lânguida, desmaia,

por entre as saias

de cambraia branca,

como doce de suspiro



A palavra

treme

à margem da boca

Não escorrega

Não desliza

Detém-se



Palavra que

não acontece,

enfeita

Rica, inútil e nula

como jóia de fantasia-

disfarce da usura



Batom, para quê?

Mais um lacre?

Evito

Senão erro desenho

A boca empena

como um beijo

de boca fechada

e de olho aberto

Sou cortês

educada

já venho acompanhada

com um guardanapo

Calada!









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