Meus anos vão passando decadentes

por minha vida que eu não compreendo

e vão trazendo a dor a que eu me rendo

que derrotado eu sou de corpo e mente.



Que já passei por tantas amarguras

no labirinto desta vida ingrata...

das coisas minhas fiz que (an)tes puras

a sordidez cruel que me arrebata.



E ainda agora eu vejo sem remédio

minha ilusão fazendo-se utopia

e a minha torpe vida condenada.



Por isso eu vejo o tempo se perdendo

a cada hora e a cada novo dia

sem que fazer eu possa mesmo nada.



Campo Grande-MS, 03.10.94 - 07:55