LEGENDAS |
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Poesias-->LE LANA -- 17/08/2000 - 16:36 (VIRGILIO DE ANDRADE) |
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Num quarto qualquer, lugar qualquer.;
LANA respirava a rua escura.
O vagabundo descortinou a silhueta de mulher
Dançando entre os lábios frios da moldura.
A mesa pálida frutifica vinho e aspargos
E floresce uma reluzente garrafa de café.
De quando em quando do copo um gole, do cigarro um trago
Pra tirar o amargo da amarga espera do Zé.
A dama da noite acordou e lhe fez companhia,
Uma brisa úmida indagou: Quando virá o Zé?
Encobertou-se, sorveu a última gota da garrafa vazia
E uma lágrima a tez aqueceu. (Onde andará o Zé?)
Zé... do rolo e do mundo...
(Na cama de campanha se aninhava)
Zé... que homem sem prumo...
(Não se entregava: piscava, piscava... piscava o Zé)
Os mensageiros das horas anunciaram o novo dia
Duvidou, aceitou... Seja o que Deus quiser.
Na calçada um vulto se movia, (o toc-toc se ouvia)
Mesmo longe parecia com o toc-toc do Zé.
O olhar sonolento descortina um rosto amigo
Trôpego, mortalmente ferido (ela lhe tem dó).
Colhe um beijo do amor bandido
Respira seu último hálito, escuta um adeus (um só).
O corpo estendido no chão é envolto por Lana
Que se desmanchando em prantos faz do vestido manto,
Debruça-se sobre o defunto (O Zé é um santo)
Morre a noite... Morre o fim de semana.
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