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Poesias-->Só -- 04/02/2003 - 17:23 (Rose Oliveira) |
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Só.
Parei em frente ao espelho.
Corpo nú...alma retalhada,
abandonada à voz embevecida
da própria consciência e dor.
Flutuei dilacerada.
Infeliz e só.
Quis tanto gritar....mas quem ouviria meu grito?
Quis correr, desabalada e louca...
....mas não atinei p ra onde...
Gemi baixinho,
reflexo do grito lancinante...aprisionado.
Cerrei os olhos,
na tentativa vã de não encarar essa dor,
já quase de estimação, tanto tempo há de guardada.
E me vi menina: frágil e carente,na mulher latente,
angustiada...acorrentada.
Desejei desatar os nós, largá-los ali mesmo...sem dó.
Abri os olhos, vista erguida,
lágrima correndo farta e sentida,
caindo sobre meu peito que ardia.
Registrei em segundos,
a necessidade inadiável de ser vista,
de frente e de fato.
Urgência em ser ouvida e necessária
Ânsia que me soubessem mulher,
mãe, amiga e amante,
mas acima de tudo um SER.
Mas ali estava...só!
Revi as decisões...quantas delas traiçoeiras.
Nada inteligente lamentá-las.
Quedei então ...avaliei...e vi.
Ergui o corpo, mansamente,
não permitiria auto complacência.
Guindando-me com mão de ajuda,
erguido o queixo,mudança de olhar...
do desespero ao desafio!
Mesmo ferida...lutaria.
Dá que agora o puro desse integro,
um eu que grita,
na proclamaçao de sua liberdade.
Direito de negar.
De reverter e discordar.
Rose Oliveira
Aracaju
14/11/2002
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