DOMINGO
Domingo...
Dia morno,
Neutro,
Sem decisões,
Ou certezas.
É um dia pra descanso,
Almoços em família,
Filme na TV e pipoca ao alcance da mão,
Piqueniques,
E parques.
Domingo...
Dia benevolente.
Não tem a alegria da sexta,
A malicia do sábado,
A determinação da segunda.
É um dia em cima do muro,
Um dia sempre igual.
Não é dia tradicional de trabalho,
Nem de festas.
Domingo...
Não desperta ódio,
Nem paixão.
É um dia definido como mais ou menos,
Uma perda de tempo...
Viver tem que ser perturbador,
Inquieto,
Imprevisível...
Viver com anjos e demônios,
Ser despertado pelo orgulho,
Raiva,
Ódio,
Desejo,
Paixão,
Volúpia,
Adoração,
Ou desprezo.
É preciso mover o corpo,
A pele,
Os músculos.
O dia tem que fazer estremecer,
Suar,
Enlouquecer,
Vibrar...
Não existe nada mais enfadonho do que o cansaço,
A acomodação.
As coisas serão sempre mais ou menos...
Não exigem explicações,
Ou respostas diferentes...
O mais ou menos,
O morno,
O neutro,
São explicados por si mesmos.
Domingo...
É preciso sair do domingo em movimentos contastes.
Sair da rotina,
Do previsível,
Das definições programadas,
E dos conceitos prontos.
Domingo...
Quero um domingo diferente,
Impregnados de cores,
Alegrias,
E vida!
DANA SANTOS
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