A luz se vai
envaidece a escuridão
Órfãos seus
Olhares se esvaem
Juntos, na solidão.
O brilho afugenta
Apaga da sombra seu rastro
Sua pedra, vira aço
Mas o traço das feições engana
Não é aço, não é pedra, só lama.
No reino das trevas
Chegam a martirizar o tempo,
as estrelas das celas.;
Claream o vulto do fulgor
Mas sentem a censura do relento.
Na noite infinita
A areia é resumida pelo vento
O fim, está no momento
Mas o antigo desaparece no futuro
Nada acontece.
Nada acontece.
20/7/01
*Comentários: Um dos primeiros poemas de real seriedade que escrevo, o qual segue uma sequência de novos poemas, todos publicados aqui. O primeiro escrito não simplesmente de um mero impulso poético, mas sim com forte e artificial atenção em sua musicalidade e significado, algo que não fazia antes. Nos poemas seguintes, moderei-me, utilizando-me sim de uma certa preocupação quanto à detalhes, porém buscando essencialmente inspiração no que chamo de impulso poético. |