Já não sei diferenciar o real do imaginário.
Eu me sinto trancado no meu coração,
E já não sei se a vida a vale a pena.
Estou trancado num mundo de cartas marcadas,
E nem ao menos sei jogar cartas.
Nesse mundo as belas palavras são sonhos,
São apenas palavras.
E assim muitas vezes prefiro o imaginário,
Imaginário das coisas fáceis,
Das drogas,
Da letargia,
De um amor superficial seguro pelo dinheiro.
Fecho os olhos ao real da criança chorando de fome.
E assim me faço um altista num mundinho fechado,
Trancado para as coisas feias de outros mundos. |