Usina de Letras
Usina de Letras
120 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63427 )
Cartas ( 21356)
Contos (13307)
Cordel (10364)
Crônicas (22584)
Discursos (3250)
Ensaios - (10749)
Erótico (13601)
Frases (51945)
Humor (20205)
Infantil (5640)
Infanto Juvenil (4990)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141379)
Redação (3372)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2443)
Textos Jurídicos (1974)
Textos Religiosos/Sermões (6386)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->A Cruzada -- 21/01/2003 - 11:10 ( Alberto Amoêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Lá longe, onde a areia move-se por entre os barracos de palhas, que teimam em erguerem-se como fortaleza. sob o luar e a noite trigueira. Soberbos homens avançam na solidão do mar, a lançar as suas redes de pesca, que cruzam em cercas, a seifar impiedosamente as vidas, a seifar as vidas.



Vão em grupos,

Bravos homens.

Assessoram-se de lâmparinas, assessoram-se de coisas, enclausuram-se em seus cascos.

Seguem seus destinos.



E vão,e vão,

E vem, e vem,

Vào rasgando o mar,desafiam o alto mar que não perdoa.



No trajeto contam-se histórias pra passar o tempo e a monotonia. Tomam café e balançam, balançam sem parar.

Mergulham nas trevas,

Tomados pelas águas que altaneiras invadem o convés, apiedam-se das almas, sentem saudades,

Mas seguem apóstolos da fome, seguem enfeitiçados pelo mar.



O mar, ó mar!...Que marulha na escuridão sem treguas, que feri os rochedos sem tempo pra se desculpar.



Aí de quem errar,

aí de quem titubear...Há de pagar, há de pagar diz o mar em suas poesias montadas.Em suas letras musicadas.

Por que o mar não tem fronteiras e o que justifica a vida é a sobrevivência pela luta.



Quando o sol peregrino do oriente, mostra o seu rosto no horizonte, a fome dos homens é vencida com o peixe na polpa a brandar as brasas. E a sede, com a noite mal dormida é aliviada com uma garrafa de pinga, que também os encoraja, quando a lucidez estava absolvendo a loucura.



Os homens sentem arder a pele,

Sentem a água salgada nos lábios rachados,

Sentem a fúria incontrolável do mar,

Sentem a alma desencorajar. E pra não naufragar, dentre tantas ilhas, que avistam, acham por bem ancorar.



Não teimam. Pois o mar está furioso.



Ancoram na ilha das terras álvas,

Onde dançam os Guarás,

Onde brincam as Garças e os Maçaricos. Dividem o risco de pegar nas pedras lisas e a correnteza brava o seu alimento diário.

Ilha, ilha onde em silêncio a brisa soneta por entre as árvores de ajurus, mangueiros, tinteiras, muricizeiros e cipós dos manguezais...

Bem vindo homens,

Bem vindos a terra de lugar nemhum.



Excitados pelos ventos de bonanças, deitam os pés na areia quente.

Erguem barracas de palhas, preparam chibé e com uma restinga de lenha abrem o fogo...

Ora pra comer, ora pra aquecer.



Descansam e dormem, recobram as forças combalidas debaixo de uma chuva, que deita no solo sem maldade, que resfria, que conta a sua história e os eleva ao sono profundo.



Quando a noite abraça aquela estrada, nova lua levanta, eles confabulam e coerentes veem que o mar está calmo.

A saudade é o recado da dor no peito sofrido. E aqueles homens levantam acampamento, carregando suas tralhas.

Salgando os peixes, a caça e as raízes que encontraram embarcam no desejo de volta pra casa.Cujas mulheres, os esperam orando e repousando sobre os pés dos filhos o amor, que ainda sobrevivem da fome. E que nesses inferteis campos urbanos, está esfriando.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui