Vem que vem
A mare alta,
Bate a porta da vázea
As ondas, sob a flor do luar,
Sob o navegar da canoa...
Em noite, em noite enegrecida.
Meu amigo!...É mulher que eu amo,
Não é feiticeira.
Cheira a patcholim,
Tem na boca, em lábios açai, um hálito muruci.
É morena trigueira, tem um cabelo de sereia.
Quando eu a vi... Caramba!...
Entre a feira do ver-o-peso, por de trás da mangueira, com um pedaço de lírio carmim nas mãos de seda. Ai de mim!...
Foi amor de primeira,
Foi uma doideira, que fez-me ir a Campina, Umarizal,Telégrafo, Jurunas...Encontrando-a na Pedreira.
Não teve água pé,
Nem mururé.
Foi um beijo fogoso, como mel de pote de barro e pupunha, uma chuva fina sob o sol de um verso do sabiá do mato, um tacacá do lado, em rede de palha as seis e meia.
Eu que nem sou da terra, mas com essa mulher cabana, em seu chamego, qualquer homem a esmo fica logo por aqui. |