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Poesias-->Quadro -- 19/01/2003 - 14:25 (Marco Túlio de Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quadro.









A porta do banheiro está semi-aberta,

escuto um barulho no chuveiro,

empurro a porta devagar.

Uma neblina me traz um cheiro que me hipnotiza.

Olho, então, eu vejo um quadro se banhando,

não se assusta e não faz perguntas.

As mãos estão nos cabelos,

está de lado e quando se vira de frente

me encanto ao ver aquele quadro.

É um quadro de cabelos molhados,

de seios empinados, lindos branco-rosado.

Olho para baixo num instinto extasiado,

brilha um umbigo perfeito.

Finalmente vejo aqueles lábios molhados entre

as coxas desenhado.

O quadro põe os pés delicados para fora

num gesto majestoso.

Caminha para o meu lado e eu não consigo

ver nenhum rosto, encosto na parede e o

quadro então levanta o braço com uma silhueta

de uma mão delicada e me pede uma toalha como se

bate um pênalti sem pega.

E, eu seguro o manto meio desconcertado e cubro

aquele quadro.





Marco Túlio de Souza, Conselheiro Lafaiete -MG

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