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Poesias-->gente -- 05/01/2003 - 20:10 (maria da graça ferraz) |
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Gente
Gracias de lunna
A gente, daquele dia
A gente, de todos os dias
Que ali permanecia
Que ali sorria
Que ali nada dizia
Que comia o fruto
e não sabia que o fruto era proibido
A gente, do dia-dia
Despreocupada
Tacanha. Sentada.
Curvada. Vegetativa.
Ensaiava o mesmo rosto
O mesmo gesto
O mesmo verbo
E, se o vento soprava,
a gente balançava
Às vezes, um caía
da barriga da mãe
Às vezes, outro deslizava
para um vão da escuridão
E, quando o vento soprava mais,
a gente balançava mais
Às vezes, uma mulher
sacudia quadril no molejo
Às vezes,um homem
batia no peito
Rompia-se gomos e ovos
Para dali, algum tempo depois,
quando viesse o vento de novo,
um caísse da barriga
e outro fosse lançado às formigas
Mas não tinha nada não!
Nosso Senhor os protegia...
A gente, daqueles dias
A gente, de todos os dias
Era uma paisagem flutuante
Os personagens
eram o rio, a ave inquieta,
a mata silenciosa, o vento
A vida ali era
pura...primitiva...mísera
mas divina
E nem isto,
A gente dali sabia
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