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Poesias-->O Verão -- 29/12/2002 - 11:42 (Vanessa Mazza Furquim) |
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Naquele entardecer
Os reflexos do sol não encontraram sua costumeira paz
O mar vagava em solitários murmúrios
E o vento soprava promessas desoladoras
No alto daquela montanha, aspirou-se o desejo do reencontro
E a espera daquele dia latejava em duas almas
Uma desperta
Outra adormecida
Que separadas pela Natureza.
Aguardavam o anoitecer
Perto das abóbadas celestes
Tremiam em fachos de luz,
Tendo em seus olhos o lamento da ansiedade
Observando cada nuvem passar, cada pássaro, cada gota de chuva.
Cada sussurro de sonho.
O Sol desceu lentamente
O receio da desilusão tornava cada movimento um instante prolongado
A Lua então surgiu, resplandecendo como se tivesse sido criada naquela noite
Neste momento, as duas almas entreviam-se, num jogo de luz e sombra
Perdiam-se, reencontravam-se, sorriam, choravam.
Há milênios que o encontro se anunciava
Mas toda noite, quando um se deitava
O outro se levantava
E o desencontro continuava, sem fim.
Como todos dias, estavam preparados para o desfecho
Cada um seguiria seu caminho...
Entretanto, como nas profecias, naquele dia, algo maravilhoso ocorreu
Numa fusão de milhares de luzes, no Sol, a Lua se escondeu
E daquele choque de duas almas amantes, o céu escureceu
A natureza revolta tudo a sua volta explodiu
Vulcões marinhos mostraram sua ira
E o Sol e a Lua, riam de alegria.
O Eclipse enfim acontecia.
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