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Poesias-->VARIAÇÃO SOBRE O ROSTO DAS AVES -- 18/12/2002 - 12:00 (joão manuel vilela rasteiro) |
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Ela repousa as mãos sobre o piano
para não ver a infância a memória do caos.
E viu em cima as mãos mortas.Então
fechou os olhos e foi possuída sentindo
avançar nas veias um grão de sémen perfumado
o enigma onde se condensam
máscaras enormes da palavra e do sopro.
Se pudesse chorar de medo nas pedras transparentes
Se pudesse arrancar o corpo e comê-lo,
seria pelos seus dedos de sementes de álamo
e pela sua poesia que sai em círculo das aves
Talvez os sonhos sejam só este perene e imperceptível
sopro que dispersa tudo e aponta o polegar dos ossos
insistentemente como vidro de lírio em lírio
quando aquecido em seus dedos há um inventário nu.
in, A MÃO E A PEDRA, Revista OFICINA DE POESIA Nº2 SÉRIE II Editora Palimage, 2002 |
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