Deito na cama por todo partido de dor.
Meu espírito sai de mim, rolo, caio no chão compacto.
Acordo, mas a dor permanece, não é o corpo...
Caminho até a porta abro-a e ouço o telefone tocar, alguém me chama ouço vozes de parentes, mas não me serve de bálsamo.
Dirijo-me a sala e saio de casa. Tudo é escuro,
caminho a ermo e vejo a multidão. É tanta dor em
mim. Observo um grupo, comentários, sinto o cheiro da morte, um corpo não mais gelado que o meu está rígido. Olho para todos, não vejo ninguém. São átomos de segundos que pasam por mim
e não me sinto em nada, é como passar o tempo sem passar a vida.
Os sentidos faltam e tudo é escuridão, vejo-me naquele corpo.
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