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Poesias-->Marasmo -- 03/12/2002 - 17:59 (paulo izael) |
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MARASMO
Repito-me sem enfadar.
Canto o desespero, o desequilíbrio,
Exalto a dor, reverencio a solidão
E sempre estou flertando a tristeza
Que quando dá adeus em lágrimas,
Deixa a solidão a rodear-me de soslaio.
Choro o amor que partiu sem despedir-se
Numa noite cinzenta e coberta por
Névoa lúgubre com ares agourentos.
Atraco-me à paixão que teima em visitar-me
Em momentos de extrema vulnerabilidade.
Tento entender o amor que suscita variantes
E destoa nossas emoções a ponto
De transformar a magia do carinho infindo,
Num ódio, ou, lembrança que perdura.;
Perde-se no registro das páginas do tempo.
Feliz, sinto-me, ao comentar a infelicidade,
Desconfiança que beira toda relação
Que sempre tem a pretensão de ser eterna
E inovadora, adicionada de mesmice
Que assola os tolos que sonham acordados.
Todo sentimento é múltiplo, predador, possessivo.;
Com poder suficiente para minar a pureza
Existente em raros corações que vêem ,
Sentem, nascem e vivem para amar ...
Ainda que este insano ato os levem à loucura,
Com rupturas desconsertadoras que matam
Através de anos de profunda solidão e tédio,
Condicionando a um irremediável desencanto
Com o ato da afetividade, resultando numa
Aversão a qualquer investida amorosa.
Elegendo a ruína como forma de proteção.
Repito-me, às vezes, acompanhado
De certo enfadonho que tem a proeza de
Ser aprazível sem incorrer na marasmo
Habitual que acompanha toda depressão.
Encanto-me com o desamor que machuca.
Sorrio, com o lamaçal resultante da traição.
Faz-me rir o choro passional dos iludidos
Cultivadores da fidelidade ora sonhada
E modelada por uma sociedade moralista
Que cultua a devassidão como doutrina
E prega o moralidade jurando na bíblia.
O que Deus uniu, qualquer olhar separa.
E estarão juntos nas alegrias e orgias,
Omitindo-se na tristeza e na doença.
Se alguém é puro o suficiente para discordar,
Que atire o primeiro flerte e será convertido.
Paulo Izael& 61485.;
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