SEMEANDO DESENCANTO
Não bastou tocaiar meus sentimentos!?
De que valeu suas inúmeras cartas?
Se o que eu mais queria era ser amado,
Tocado, beijado...!?
Não vê que a espera foi longa
E nosso tempo há muito findou?
Quanta tolice !
Um dia cheguei a pensar
Que você era provida de algum sentimento.
Esperei, esperei o quê, a velhice chegar ?
Não fui amante, quase um amigo.
Nada obtive de seu amor, fui esquecido.
Em suas cartas,
tantas inverdades li sobre o sentimento,
que até me desencantei em retratá-las em poesias.
Forçado, conheci sem perceber,
Que o sentimento é inefável,
A ternura da carícia rendendo-se ao impulso carnal,
É capaz de produzir lembranças tão doces
Que perpetuam para sempre em nosso viver.
Pena que o tempo passou e você estagnou,
Possuída por um coração duro e intragável
Que a assomasse às contradições.
Sempre gera impaciência e semeia desencanto.
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