Num banco tosco de pedra batida,
Ao fim do dia, eu me lembro bem,
Menina pobre no desabrochar da vida,
Sonhava sonhos, como eu também.
Olhar distante a perlustrar caminhos,
Terna inocência de singrar dolente,
Apertava ao peito, quanto carinho,
Boneca rota de tempo ausente.
Doce criança de singular pobreza,
Gesto contido a transbordar tristeza,
Em tarde fria, sufocando o pranto.
Quem sabe um dia, não muito distante,
Em novos gestos, com belo semblante,
Traga alegria e bem mais encanto. |