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| Poesias-->Perdas -- 13/11/2002 - 17:35 (Francisco Lacerda Alencar e Silva) |
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PERDAS
pERDI MEU PAI NUM FINAL DE TARDE ...SÁBADO
QUASE NOITE ... SÁBADO
PERDI A VISÃO AEREA DE SÃO PAULO NUM AVIÃO ANTIGO
PERDI O DOCE DE ABÓBORA NA SAIDA DE GOIAS VELHO NAQUELA TERÇA - FEIRA
UM RÁDIO
UMA CAMISETA
A FESTA DO MARCOS NUMA NOITE RAZOÁVEL, CLARA, DE LUAR.
NÃO TEM PROBLEMA
ESTOU ACOSTUMADO A PERDER
PERDI VOCÊ QUE ME DISSE ADEUS AO TELEFONE
PERDI UMA A VIAJEM A PARIS ( É SÉRIO,NÃO É POESIA)
E NA LOTERIA NO ÚLTIMO SÁBADO
PERDI MOEDAS NO ALMOÇO ONTEM
E AS CHANCES DE ALONGAR CONVERSA COM A MOÇA LOIRA
DA BANCA EM FRENTE AO BANCO ,,, BANCO EM QUE PERDI MINHA CONTA
NÃO TEM PROBLEMA
ESTOU ACOSTUMADO A OLHAR AS PEDRAS ROLAREM
PERDI AS AMORAS QUE HAVIA COLHIDO PARA UM AMIGO
A VISÃO TEMPESTUOSA DO CÉU ONTEM A NOITE
( AH, E ACHO TÂO POÉTICO E TRÁGICO)
LEMBRO DE POUCAS COISAS DOS MEUS VINTE ANOS
O QUE SIGNIFICA QUE ME PERDI
EM RELAÇÃO AO MEU PASSADO
E HÁ TEMPOS QUE NÃO SEI O QUE É PAIXÃO
TERIA PERDIDO O CORAÇÃO?
MAS COMO SERÁ MESMO QUE ME PERDI.
OLHANDO AQUELA RUA FASHION E CHUVOSA DE LONDRES,
ONTEM A NOITE NA TV? |
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