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Poesias-->A REDESCOBERTA DO ESPELHO -- 20/07/2000 - 16:21 (FLAVIO DOS SANTOS FERREIRA) |
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A REDESCOBERTA DO ESPELHO
Estou diante do espelho maior.
Claríssimo espelho desconhecido,
oriundo de algum lugar da eternidade.
Espelho que brilha, brilha, mas destrói
ao que ainda resta,
de meu frágil espelho a firmar-se.
Porém uma constatação feroz:
Há espelhos demais dentro de mim,
operando atitudes estranhas,
e coisas que não convém.
Já pensei em dirigir-me a médico.
Recusa prontamente atendida.
Os médicos também têm espelhos demais
e não sei se teria tempo para mais um.
Ficar grávido.
Pode alguém ficar grávido de coisas estranhas,
e o seu corpo ficar ileso
sem gravidade nenhuma?
Suspeito que eu esteja grávido
de coisas que eu ainda não seja capaz
e de me julgar o que ainda não sou,
acarretando-me lesões sem volta.
Os espelhos chegam tímidos.
A princípio, não falam nada.
São sem vozes.;
saúvas que trabalham sutilmente
assaltando tudo no suposto silêncio
do meu claustro.
Silêncio que traz dores de parto,
trazendo à vida pedras que dificultam o caminho
e neuroses de coisas que não são.
Descobri isso diante de um deles ontem
após uma amarga descoberta,
redescoberta por acaso na cabeceira da cama.
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