Correndo o risco de ser açoitada,
Zermina tirou o primeiro véu.
Afinal, uma chicotada valia a pena,
Só para ver a cor do céu.
"Que lindo!", exclama Zermina.
E foi tirar o segundo,
Queria saber como era o mundo,
Queria vê-lo por inteiro,
Por isso não hesitou em tirar o terceiro.
Depois pensou :
"Agora tanto faz, quero ver a cor da paz."
E o quarto, arrancou-o num gesto fugaz.
O quinto tirou-o com extremo cuidado,
Chegava Zermina ao momento almejado,
Ver o rosto do seu amado.
Mas qual não foi o seu espanto,
Quando o sexto lhe foi arrancado,
Pelas mãos tiranas de um soldado.
Zermina estava tão assustada,
De tanta audácia ia ser executada.
Mas antes de morrer apedrejada,
Zermina deixou cair o sétimo véu.
Ficou triste com o que viu...e morreu!
Cristina Pires
01/11/2002 |