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Poesias-->Até o mais amargo fim ! -- 22/10/2002 - 19:37 (paulo izael) |
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ATÉ O MAIS AMARGO FIM
Que mal estar castigável !
A inércia machuca corpo e mente.
Careço de sofrer agouro
Mais atenuante que este ?
É um desconsolo de se admirar.
O óbvio torna-se uma incógnita.
Meu olhar vacila temeroso
Frente ao comando do cérebro.
Estaria mergulhado
Num surto depressivo,
Ou convivendo com o stress ?
Não. É algo mais degradante.;
Carregado de sucessivos baques.
É o peso do mundo a enfadar-me
Como se houvesse perdido a sanidade
Que quase nunca se fez presente.
O insucesso sempre vem rabiscar
Meu layout de perseverança,
Como que se deliciando pela vingança.
Foge-me o reflexo necessário
Que pairava em todos os movimentos.
Até a memória findou por escapulir,
É a efêmera amnésia conspirando
Para desassociar o intelecto da razão.
Repudiando a insensibilidade
Que hora chega para abater-me.
Ando desmerecendo a razão
Frente à acachapante realidade.
É um estado solitário crônico.
Desvalido, calo-me aprisionado
Num ostracismo caótico.
Absorvo áureas desconcertantes
Que sobrepõem-se às alucinações.
Embora minha voz ecoe despedaçada
Pelos sacodes da vida,
Pressinto seguidos repuxos
Torturando o magoado coração.
Teimo em não refletir sobre o amanha,
Pois, sei que será um dia negro.;
Povoado por demônios eclesiásticos,
Travestidos em santos salvadores.
Insanos! Isso sim e, desaforados:
Com suas convicções religiosas
Corrompidas pelo poder financeiro.
Fazem reverência, prometendo ajudar-me.
Mas o milagre custa caro.
Frente à minha recusa, transformam-se.
Agora os cordeiros são ferozes lobos.
Praguejam sem interrupção.
Invocam minha alma para o abismo.
Aceno ainda mais confiante para o ceticismo,
Certo, de que, amanha.;
quando o enojante sol despertar,
todas as desesperanças serão acometidas
por um infortúnio devastador.
O desânimo continua a invadir-me.
Olho grande, mal agouro,não derruba.
Até queimei meu pé de arruda.
O que encafifa é o despropósito
Da desistência premeditada
Que envolve todo meu ser.
É um invólucro impiedoso que lateja.
Sinto-me bloqueado pela nula mente.
Não existe uma única razão a ser enumerada,
E, sim, inúmeras, com contagem infinita.
A começar pela inexistência de atitude
Atrelada a anomalia psíquica
Que espalha suas garras num incômodo desiquilíbrio,
Culminando no demérito pela existência.
Quanto tédio poderei ainda suportar ?
Vem a hipnótica sombra de uma imagem,
Brota um azul celeste para acalentar-me.;
Há muito discuto a existência da fé.
Fiz-me silencioso para evitar adulações.
Tornei-me mudo para poder meditar.
A reviravolta em minha trajetória é letal,
É cruel, termita ,com futuro penumbrento.
Tão logo abro os olhos, fecho o coração.
Quando penso em estar,desprendo-me de ser.
Esforcei-me para que algo acontecesse, em vão.
Tudo resultou em nada.
Meu coração não suporta tanta amargura.
Ainda olho de soslaio, só enxergo nuvens negras.
Fui desprezado pelo criador e criaturas.
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