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Poesias-->DE UM PROVÉRBIO CITADO -- 12/10/2002 - 01:26 (COELHO DE MORAES) |
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DE UM PROVÉRBIO CITADO
-Coelho de Moraes-
o meu amor
um nó de razões inexplicáveis
um nó de soluções bloqueadas
o que é que eu penso do meu amor?
em suma
não penso nada
nem penso na matéria
que uso para falar
Refletir é permitido
sabendo que essa reflexão entrará
na sucessão de imagens
Uma secessão de linguagens
exteriores umas às outras
Entender esse amor
através do escoamento do imaginário
O mau lugar do amor
o local de sombras
não permite ver a vera imagem
O lugar mais sombrio
é sempre debaixo da lâmpada
Que isso termine
mas quero compreender
compreender o delírio
para mim mesmo
como fórmula de uma ordem de Zeus
Olhar para a minha imagem
como se houvesse um de mim rasgado
cortado na altura do ventre
sempre indagativo
Compreender é cindir a imagem
desfazer o eu
absorver-me e parar de citar provérbios
Trazer valor ao grito
Ver o rosto do real
Cobrir a face do abismo com mesuras
um grande sonho nítido
um grande amor de profecias
abolição do manifesto e do latente
decorar a força com arte
buscar a ineficiência dos lapsos
para urdir um esquecimento ciclópico
e o lapso se tornar
a nova consciência de amar sem medidas
sem textos
sem aforismos ou cadernadas filosóficas
sem provérbios chineses
ou bulas horoscópicas
Acabar citando um provérbio sem significados
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